Oriente Médio – Conflitos (Petróleo)


Após a Primeira Guerra Mundial, já sendo o maior produtor petrolífero despertou o interesse das grandes potências e os países europeus, interessados no petróleo e na posição estratégica, começaram a dominar a área. Houve então uma partilha dos países do Oriente Médio entre França e Inglaterra, que passaram a dominar as empresas de exploração de petróleo. Grande parte da produção industrial passou para um para o controle de um cartel chamado de “Sete Irmãs” constituído por sete empresas petrolíferas internacionais.

Como consequência houve um grande êxodo rural na região, provocando desequilíbrios populacionais e econômicos. Apenas uma pequena classe de privilegiados tinha acesso ao dinheiro e a maioria dos “petrodólares” eram investidos nos grandes centros dos países ricos, restando pouco dinheiro para investimentos.

Com a qualidade de vida da população baixando, um forte sentimento de independência surgiu nos países árabes. Os produtores de petróleo passaram a pressionar as “Sete Irmãs” e estabeleceram uma divisão de lucro meio a meio. Após isso criaram a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), para organizar e fortalecer essa política de independência frente às grandes potências. E assim a OPEP conseguiu diminuir a supremacia das companhias petrolíferas internacionais e estabelecer total domínio sobre a produção e comercialização de seus produtos.

Nesse contexto de domínio das reservas aconteceram as três grandes crises do petróleo. A primeira foi em 1973, quando o mundo vivia uma época de crescimento industrial e as máquinas eram completamente dependentes do petróleo. Se aproveitando disso, os árabes, maiores produtores, entraram em conflito com Israel por Israel ter alto poder no jogo da produção petrolífera. Como represália, os árabes decidiram boicotar o Ocidente, cortando a extração de petróleo em 25%. E o preço do barril teve um grande salto em seu preço.

Na segunda crise, em 1979, além dos árabes mais uma vez reduzirem sua produção, conjunturas políticas externas fizeram com que o preço subisse violentamente, provocando desespero nos países importadores de petróleo. Para sair dessa dependência, os países importadores passaram a desenvolver formas alternativas de combustíveis. A exploração de jazidas de petróleo também se intensificou em muitos países.

Na terceira crise, em 1991 houve a Guerra do Golfo, quando o Iraque invadiu e anexou o Kuwait, o que gerou um forte conflito. O motivo foi o baixo preço do petróleo no mercado mundial no início da década de 90, além do Iraque sintetizar uma dívida externa de US$ 80 bilhões. Foi então que Saddam Hussein bombardeou os poços de petróleo kuaitianos antes da retirada, acusando o país (Kuwait) de causar baixa no preço do petróleo, vendendo mais que a cota estabelecida pela OPEP. Toda essa história gerou uma grande especulação que fez com que os preços oscilassem, intensamente.

A invasão do Oriente Médio na dominação de suas produções de petróleo, principalmente a partir de 1973, trouxe junto muitas guerras, concentração de renda e aumento das desigualdades sociais. Os conflitos religiosos e territoriais, que sempre marcaram a região, se intensificaram com a questão do petróleo.

Um fato que agravou toda essa discussão foi Saddam Hussein ter passado a vincular a retirada de suas tropas do Kuwait com a criação de um Estado Palestino, fazendo crescer os conflitos entre judeus e palestinos em Israel. Os Estados Unidos se aliaram a Israel, para dominarem as fontes petrolíferas e avançarem no seu projeto de hegemonia mundial.

Desde então, o Oriente Médio se tornou palco de conflitos. O motivo da guerra está muito além das diferenças religiosas, passa pelo controle de fronteiras, de terras e pelo domínio de regiões petrolíferas.

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